Equipes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), deflagraram na manhã desta terça-feira (25) a 4ª fase da Operação Successione que teve como alvo familiares e empresário próximos ao deputado Neno Razuk (PL).
Ao todo, foram cumpridos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão simultaneamente em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul. A operação recebeu apoio operacional do Batalhão de Choque, Bope, Corregedoria da PM e Força Tática.
Em Dourados, equipes estiveram na residência do ex-deputado Roberto Razuk, pai de Neno Razuk. Também houve ações na casa de Sérgio Donizete Balthazar, dono da empresa Criativa Technology que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.
Outro alvo é Marco Aurélio Horta, o “Marquinho”, chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há quase duas décadas. Segundo informações, os irmãos do parlamentar também estão entre os investigados.
Na Capital, os agentes cumpriram mandados na casa do chefe de gabinete do deputado e no escritório de Rhiad Abdulahad, citado entre os alvos das ordens de prisão.
A operação segue em andamento, e novas informações devem ser divulgadas ao longo do dia.
FASES
Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.
As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.
Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.
No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.
A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul.
Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.
O termo italiano “Successione” – que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá.