O governador Eduardo Riedel (PSDB), acompanhado pela comitiva sul-mato-grossense, cumpriu agenda na Expo Osaka 2025, no Japão, reunindo-se com empresários e representantes do setor, e trabalhando para o avanço da exportação de carne no mercado asiático.
Por meio de suas redes sociais, o governador publicou um vídeo ao lado do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin, no qual destacou que Mato Grosso do Sul exportou 116 milhões de dólares para o Japão, dos quais 60 milhões correspondem à carne de frango.
Além disso, o governador ressaltou que outros mercados vêm crescendo, como o da avicultura e o da suinocultura, e pontuou que, até o fim do ano, o Brasil deve exportar carne bovina para o Japão.
Nesse sentido, a pecuária sul-mato-grossense desponta com potencial desde que recebeu o status internacional de área livre de febre aftosa, formalizado durante a 92ª Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em Paris, na França.
“Mato Grosso do Sul é um estado sério, um estado que está fazendo um trabalho em prol do desenvolvimento de sua população, da sustentabilidade, ajudando o globo, ajudando o mundo e, acima de tudo, colaborando com a segurança alimentar, dizendo para o mundo que está pronto para ajudar a complementar as indústrias locais”, pontuou Ricardo Santin.
Crédito: Governo do Estado de Mato Grosso do Sul
A Expo Osaka 2025, no Japão, é conhecida pelo foco em inovação e sustentabilidade. Como adiantou o Correio do Estado, o governador cumpreiu agenda com representantes da Keidanren, a confederação nacional da indústria japonesa.
Além de visitar o grupo Sumitomo e a Mitsui & Co. A Mitsui é acionista da Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul (MSGás) e tem um robusto portfólio de investimentos no agroindustrial brasileiro, com atuação já consolidada em MS.
Roteiro
Na Índia, a comitiva terá compromissos com representantes da indústria farmacêutica ACG, da produtora de fertilizantes UPL, do conglomerado Tata Group, da Aditya Birla (grupo voltado à produção de alimentos), além da própria Mahindra. Também está prevista uma audiência com o governador do estado de Maharashtra, região industrializada da Índia.
Já em Singapura, polo global de investimentos e logística, a agenda inclui reuniões com o ministro do Comércio, Alvin Tan, além de encontros com o fundo soberano Temasek, a Enterprise Singapore (agência de promoção de exportações), o GIC (outro fundo soberano), a RGE (holding da Bracell, que atua na celulose) e a MTAS, associação dos importadores de proteína animal de Singapura.
A presença nesses países visa ampliar o acesso de produtos sul-mato-grossenses aos mercados asiáticos, atrair capital internacional para projetos de infraestrutura e consolidar a Rota Bioceânica como corredor logístico e estratégico entre a América do Sul e a Ásia.
Industrialização
Mato Grosso do Sul, que teve a sua economia focada no binômio soja-boi por muitos anos, já se consolidou como Vale da Celulose. Agora, o Estado se prepara para viver uma nova fase focada no beneficiamento de sua produção.
O governo sul-mato-grossense quer atrair cada vez mais indústrias – como a de papel tissue e de etanol – que nos próximos três anos terão aportes da ordem de R$ 105 bilhões.
De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, os investimentos abrangem áreas como celulose, bioenergia, proteína animal, irrigação e diversificação agrícola, e devem impulsionar o crescimento econômico de MS para 5,5% neste ano, segundo projeção da Pasta.
Além de celulose e alimentos, outros segmentos como fertilizantes, biotecnologia, farmacêutico e equipamentos industriais estão no radar da política de atração de investimentos da missão oriental. A aproximação com fundos soberanos e grandes holdings da Ásia visa ampliar essa base e fortalecer o posicionamento internacional de MS.
A meta de tornar Mato Grosso do Sul um estado carbono neutro até 2030 também será apresentada nas reuniões com empresas e autoridades asiáticas.
Outro eixo da missão é a consolidação da Rota Bioceânica como alternativa logística entre o Brasil e o mercado asiático. A rodovia vai conectar Mato Grosso do Sul aos portos do norte do Chile, passando por Paraguai e Argentina, reduzindo distâncias e custos de exportação.
Segundo projeções divulgadas pela Semadesc, a rota deve representar uma redução de até 30% nos custos logísticos para produtos como carne, grãos e celulose, exportados ao mercado asiático. O governo estadual pretende apresentar o corredor como oportunidade estratégica para empresas interessadas.
Roteiro da missão
Índia: visitas à ACG – indústria de medicamentos, à UPL Fertilizantes –, à Tata Group, à Aditya Birla – conglomerado industrial focado na produção de alimentos –, à Mahindra – máquinas agrícolas; participação no Fórum Lide e audiência com o governador do estado de Maharashtra;
Singapura: audiência com o Alvin Tan, ministro do Comércio de Singapura; visitas à RGE – holding controladora da Bracell –, à MTAS – associação dos importadores de proteína animal de Singapura –, ao Temasek – fundo soberano de Singapura Enterprise Singapore –, e à Agência de promoção de exportações de Singapura GIC – fundo soberano de Singapura.